Uma folha vazia, sem nada escrito; nada.
Linhas e linhas, folhas, espiral e uma capa
Cabeça lotada de idéias mocadas
Formulando pontes, frases inacabadas
No ar
Pensando à frente, lembrando de fatos
Buscando inspiração, como queijos procuram seus ratos
As palavras finais não rimam com os
Versos de baixo, frases não se encaixam
Na linha de idéias propostas pelo pensamento
Que determina como será no momento
De passar da mente para palavras, uma
Idéia sem métrica e cheia de falhas, que
Torna tudo um tanto idiota,
Murmúrios sem nexo e sem ligação
Escolhidos pela caneta, cuja tinta
Transforma barulhos em letras, que
Poluem o caderno antes em branco
E no meio de toda essa merda eu canto!
Mente entupida de idéias explode
No ar as palavras e letras se expandem
Letras de azar, palavras de sorte
Céu, inferno, vida, morte
O que era certo se torna inconstante
O mínimo vira o bastante
O caminho começa a se formar
O aglomerado de letras se abre pra eu passar
Uma folha vazia sem nada escrito,
Linhas e folhas em branco, se transformam num livro.
Rascunhos encerram o conflito.
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