sexta-feira, 29 de abril de 2011

Afundo-me em minhas próprias cinzas,
Que se soltam do meu imaginário insolente
e infestam meus corpos com sinais ininteligíveis
símbolos que nada significam além de meu próprio desespero
por ser obrigado a andar por caminhos pré-determinados
a sentir o que já foi sentido
absorver o mundo físico saturado
saturar-me de ilusões que não são minhas.

Novamente estou cansado,
Não sei se conseguirei levantar desta vez
Nem sei se serei o mesmo após levantar
Estou cego
não porque não consigo ver
mas porque tudo é impassível de ser enxergado.
Sinto-me distante; sinto-me cansado...
Porém não ofegante... Esgotado...
Emocionalmente... instável
Não há motivações, tampouco objetivos
Estou estagnado em mediocridade
E não tenho ninguém comigo
Aqui.
Devo correr em minha pista circular?
Devo me render, cair, descançar?
Mas você...
Você me impede de cair;
Você me impede de levantar
Me impede de sorrir,
me impede de chorar
Me impede de viver
Tira a paz de minha noite,
Leva o sol de meu dia...
Porém,
Sem você
Jamais viveria.
Em minha mente, o que me pesa, o que me altera, me deixa louco, me deixa bebado, me deixa trôpego, retira a luz dos meus olhos, inibe meus batimentos cardíacos, na noite, no dia, de madrugada, eu te odeio, mas te amo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Onde está minha certeza?
Não sei mais pra que lado ir.
As brisas que me guiavam deram lugar
A uma clareira erma.

A música, que outrora agia como maestro da minha vida
Hoje não passa de um refúgio
No qual descanço, nas poucas oportunidade em que isso
me é possível.

É possível viver sem um objetivo?
Sem uma árvora e suas ramificações para apoiar-lhe?
Sem um motivo para continuar lutando?

Não há nada no topo da escada quando se está sozinho;
apenas o chão, seus vícios e sua tristeza.
Deito-me aos seus pés, e descanço o dia inteiro
Acordo em decorrência das noites abafadas de janeiro.
Permaneces imóvel, altiva.
Levanto-me, vou ao banheiro
Retorno ziguezagueando pelo canteiro
E ainda estás lá.
Convido-lhe para ir embora, para a cidade taciturna dos tons cinzas.
Recusa-tes; permaneces convicta em seu paradeiro.
Corro em direção ao norte;
levo comigo apenas seu cheiro.
A pressão de te ter ao meu lado
Me altera o compasso
Em que minha vida gira.

O terror de sentir o seu fardo
Me corrói os muros
Nos quais te prendí.

As lembranças ressequidas retorcem
Minha'lma, a qual orbita e transita
Nas frias lajotas de meu quarto
Onde passo a pensar em tí.