sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sinto seus olhos me perfurando, que me comem, me vigiam, me decifram, me consomem, me consuma, me devore, em seu fogo, pois te quero, e também quero, que me queira, no seu dorso, pois seu gosto, me facina, me vicia, me alucina, eu deliro, e imagino, em meus sonhos, os quais sonho, acordado, pois seus olhos, são meus sonhos, e seus olhos, são meu prêmio, e seus olhos, são meus olhos; poços profundos onde fluem o âmago de minha alma.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Afundo-me em minhas próprias cinzas,
Que se soltam do meu imaginário insolente
e infestam meus corpos com sinais ininteligíveis
símbolos que nada significam além de meu próprio desespero
por ser obrigado a andar por caminhos pré-determinados
a sentir o que já foi sentido
absorver o mundo físico saturado
saturar-me de ilusões que não são minhas.

Novamente estou cansado,
Não sei se conseguirei levantar desta vez
Nem sei se serei o mesmo após levantar
Estou cego
não porque não consigo ver
mas porque tudo é impassível de ser enxergado.
Sinto-me distante; sinto-me cansado...
Porém não ofegante... Esgotado...
Emocionalmente... instável
Não há motivações, tampouco objetivos
Estou estagnado em mediocridade
E não tenho ninguém comigo
Aqui.
Devo correr em minha pista circular?
Devo me render, cair, descançar?
Mas você...
Você me impede de cair;
Você me impede de levantar
Me impede de sorrir,
me impede de chorar
Me impede de viver
Tira a paz de minha noite,
Leva o sol de meu dia...
Porém,
Sem você
Jamais viveria.
Em minha mente, o que me pesa, o que me altera, me deixa louco, me deixa bebado, me deixa trôpego, retira a luz dos meus olhos, inibe meus batimentos cardíacos, na noite, no dia, de madrugada, eu te odeio, mas te amo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Onde está minha certeza?
Não sei mais pra que lado ir.
As brisas que me guiavam deram lugar
A uma clareira erma.

A música, que outrora agia como maestro da minha vida
Hoje não passa de um refúgio
No qual descanço, nas poucas oportunidade em que isso
me é possível.

É possível viver sem um objetivo?
Sem uma árvora e suas ramificações para apoiar-lhe?
Sem um motivo para continuar lutando?

Não há nada no topo da escada quando se está sozinho;
apenas o chão, seus vícios e sua tristeza.
Deito-me aos seus pés, e descanço o dia inteiro
Acordo em decorrência das noites abafadas de janeiro.
Permaneces imóvel, altiva.
Levanto-me, vou ao banheiro
Retorno ziguezagueando pelo canteiro
E ainda estás lá.
Convido-lhe para ir embora, para a cidade taciturna dos tons cinzas.
Recusa-tes; permaneces convicta em seu paradeiro.
Corro em direção ao norte;
levo comigo apenas seu cheiro.
A pressão de te ter ao meu lado
Me altera o compasso
Em que minha vida gira.

O terror de sentir o seu fardo
Me corrói os muros
Nos quais te prendí.

As lembranças ressequidas retorcem
Minha'lma, a qual orbita e transita
Nas frias lajotas de meu quarto
Onde passo a pensar em tí.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sinto sua falta

Eu sinto a falta de você, quando penso no futuro.
Nós dois morando juntos, um emprego, um destino seguro.
Eu sinto a falta de você quando vou fazer a barba
Meu mau-humor matinal, atenuado por suas risadas.

E eu me lembro bem, quando eu chegava tarde
Me esperavas na cama, pra perguntar de meu dia.
E quem nos olha hoje apenas exclama "quem diria"
Pois nossa história juntos, não passa de história.

E nossos olhares se encontram de quando em quando
Alguém arrisca um sorriso, "o que eu estava pensando?"
E nessa troca de olhares o tempo volta a passar
E saímos daquele dia, andando.

Eu sinto a falta de você quando vou tocar sua música
Recito poemas sem métrica, coisa difícil de entender
E todos os versos que componho encontram você!

Mas na verdade, eu não quero mais saber
Pois quando você decidiu seguir sua vida me falou pra te esquecer
Mas a verdade é eu não consigo mais parar de pensar
Nos passeios que a gente fazia,
nos bons tempos em que você me tinha.

Eu sinto a falta de você quando vou dormir mais cedo
Te procuro na cama, espero você dizer que me ama.
E sinto a falta de você toda vez que eu respiro;
Acumulo suas lembranças e as exalo num suspiro.

Diga que você me ama

Diga que você me ama, e diga mais de uma vez.
Me ponha a par de seus segredos,
conte-me o que você fez.
Deixe-me beber sua alma, e te abraçar até as três.
E fique com quem você quiser,
Mas mostre que você me quer.

Gosto de olhar seus olhos, de beijar sua boca,
de deitar no colo, ser a sua touca,
de tocar seu corpo, te fazer carinho
de estar sozinho e depois com você.

Diga que você me ama, e diga mais de uma vez.
Deite-me na sua cama,
deixe-me ser seu freguês.
Deixe-me sanar suas dúvidas, e te mostrar porque é assim
E saia para onde quiser, mas volte sempre para mim.


Gosto de olhar seus olhos, de beijar sua boca,
de deitar no colo, ser a sua touca,
de tocar seu corpo, te fazer carinho
de estar sozinho e depois com você.

Diga que você me ama, e não pare de repetir
Eu corro quando você chama,
Você é quem me faz existir.

Nove Horas

Eu conheço a maneira pra poder te acordar,
Os dias existem somente para a noite chegar.

Mas a noite é breve, e meu sono é leve
Eu me deito na cama e a estória se escreve
Eu despenco dos céus quando você me chama
Vá embora, me deixa dormir.

A luz do sol me cega, não posso enxergar
A minha maior maior alegria é deitar pra sonhar.

E a lua nasce e a todos acalma
A melodia da noite faz dançar minha alma
E eu caminho no fogo e renasço do ovo
e de novo, você quer me acordar.

Aqui eu controlo meu mundo,
O sono é a minha maçã,
Que a noite se estenda sobre toda a minha manhã.

Hoje eu vou dormir cedo,
Não faça barulho ao entrar.
Me deixe sozinho essa noite, ou deite comigo
Na sombra da noite a dançar.

Os dias começam e terminam no mesmo lugar,
E é entre cobertas e fronhas que observo o tempo passar.

E eu me cubro e descubro,
Me viro e me coço
Levanto da cama e me deito no ócio.
Eu crio e mudo, aqui dentro eu posso
Me deixa, eu quero é dormir
Me deixa...